quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Ponte Vasco da Gama

Hoje, é uma obra imponente que assinalava o progresso da área a Norte da cidade de Lisboa, esquecida por muito tempo até ao momento em que os trabalhos para a Expo 98 se iniciaram. Muito se discutiu sobre a sua construção, desde custos à localização, esperando-se que a mesma pudesse retirar trânsito da congestionada Ponte 25 de Abril, situada mais a Sul ligando Alcântara a Almada.

Com 12,3 quilómetros de comprimento, arrebatou para si o estatuto de ponte mais longa da Europa, unindo as regiões do Montijo e de Alcochete à zona do Parque das Nações, nome atual da área que em 1998 albergou a Expo 98 e que reformulou toda aquela envolvente.

Começou a ser construída em fevereiro de 1995 e uma semana antes do prazo, três anos depois, foi inaugurada, numa prova de engenharia que contou com o empenho de 3300 trabalhadores.

O processo de construção foi rápido, mas o dos acessos pareceu demorar muito, sobretudo por causa dos atrasos e engarrafamentos que as obras causaram nos acessos à A1 e na zona de Sacavém, uma vez que toda a malha viária teve de ser refeita para se criarem os acessos à ponte. O facto de ter a sua área de construção na zona do Parque Natural do Estuário do Tejo causou preocupação entre as organizações ambientais, pelo que foram necessárias medidas especiais, como por exemplo os focos de iluminação específicos.

Uma semana antes da inauguração, deu-se aquela que ficou conhecida como a mega feijoada da Ponte, batendo um recorde do Guinness com as cerca de 15 mil pessoas prontas para comerem numa mesa com 5 km de extensão. Para a história ficou a curiosidade de ter uma refeição numa ponte ainda por inaugurar para os carros.

No total, a ponte teve um custo em redor dos 900 milhões de euros, uma verba da qual 319 milhões vieram do Fundo de Coesão da União Europeia, 299 milhões de euros por empréstimo do Banco Europeu de Investimentos e outros 50 milhões derivados das portagens cobradas na Ponte 25 de Abril.

Se já passaram 20 anos da sua construção, ainda tem mais um século pela frente (no mínimo): foi feita para durar 120 anos, tendo ainda o mérito de suportar ventos de 250 km/h. Além disso, numa outra nota de segurança, a ponte está projetada para resistir a um sismo 4,5 vezes mais forte do que o histórico Terramoto de Lisboa, em 1755, o qual teve uma magnitude de 8,7 na escala de Richter. Foi, por isso, apelidado de local mais seguro de Lisboa em caso de sismo… As fundações mais profundas com um diâmetro de 2,2 m estão a uma profundidade de 95 metros abaixo do nível médio do mar.

Com uma extensão tão grande, outra dificuldade foi colocada pela própria… Terra. Isto porque teve de ser levada em conta a curvatura do planeta. Caso contrário, iria existir um desvio de 80 cm nas extremidades da ponte.