O ASSOCIATIVISMO E O EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Marcado por uma crescente consciência social e cívica, associada ao confronto de classes e à reivindicação coletiva que proporcionou o protagonismo das associações de cidadãos, em Portugal, o associativismo começou a afirmar-se a partir de meados do século XIX, quase sempre associado a organizações de natureza profissional nas quais se congregavam trabalhadores do comércio ou das artes e ofícios.
Antes de 25 de abril de 1974 grande parte das associações, especialmente as de caráter cultural, apresentavam-se como garantes de liberdade e de democracia na qual se reunia um conjunto de pessoas com o intuito de alcançar um objetivo definido.
Com o consolidar da democracia era de esperar que o associativismo passasse a ser a expressão organizada da sociedade civil, através da qual se passaria a apelar à responsabilização e intervenção dos cidadãos em várias esferas da vida social, constituindo-se como um importante meio de exercer a cidadania, quer “ajudando a pensar” as comunidades onde se inserisse, quer intervindo para mudar, promover ou consolidar práticas comunitárias culturais, recreativas, desportivas e de solidariedade que o aparelho de estado (e naturalmente a autarquias) não conseguissem realizar.
Na última centena e meia de anos o associativismo em Portugal passou, basicamente, por seis tipos de associações: coletividades de cultura e recreio; grupos culturais; bombeiros voluntários; associações de educação popular; organizações populares de base; e organizações mistas (associações de pais, associações de saúde comunitária e de associações defesa do património cultural e ambiental).