Classificado como Imóvel de Interesse Público pelo decreto n.º 37728, de 5 de janeiro de 1950, o Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel consiste num complexo arquitetónico civil e religioso único, que alia a monumentalidade do edificado à imaterialidade da devoção religiosa.
As suas origens remontam, pelo menos, ao século XIV, a um documento da chancelaria de D. Pedro I, datado de 1366, que refere os caminhos de peregrinação a Santa Maria do Cabo. No entanto, de acordo com a tradição oral, a descoberta, no promontório, da imagem de Nossa Senhora por dois velhos da Caparica e de Alcabideche, que, em sonhos semelhantes, teriam sido avisados pelos Céu, terá ocorrido, somente, no ano de 1410. O século XV marca, pois, um amplo desenvolvimento do Santuário. Neste período é erguida a Ermida da Memória, bem como a primitiva Igreja.
A elevada afluência de peregrinos ao local, pautada pela constituição, em 1432, da Confraria de Nossa Senhora do Cabo, leva a que, entre 1701 e 1770, sejam erigidas as principais edificações que hoje compõem o complexo arquitetónico: Casa da Água; Igreja; Aqueduto; Mãe d’Água/poço Velho da Azóia; Poços; Casa da Lenha, Casa da Ópera; Hospedarias; Três Cruzeiros de Peregrinação e Cruzeiro de Chegada.
Com as invasões napoleónicas, o culto entre em progressivo declínio, travado, contudo, por diversas obras de recuperação realizadas ao longo das últimas décadas.
Atualmente, o culto no Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel encontra-se vivo, nomeadamente através das celebrações dos círios de Azoia, Palmela e Sesimbra, cujas festividades se realizam nos meses de março e abril e agosto e setembro, respetivamente.