sexta-feira, 20 de março de 2020

Covid-19: Receosos e Apreensivos com as Medidas Anunciadas

O nosso setor não consegue proporcionar soluções de teletrabalho ao conjunto de todos colaboradores. Neste momento existem falhas, por efeito cascata, das interrupções na Ásia. As cadeias logísticas estão ainda operacionais, mas com o agravar da situação, é de esperar que as falhas levem a ruturas. Já o estamos a sentir depois do anúncio do Presidente da República.
Por isso temos um grande desafio perante um cenário de aumento de constrangimentos. Os serviços municipais e muitos outros organismos essenciais para os negócios conseguirem operar estão fechados.
Pelo cumulativo de falhas na cadeia a montante, em breve, poderá ser difícil conseguir dar continuidade aos negócios para manter toda esta cadeia em laboração. Essas limitações podem levar a uma incapacidade de produção e sem produção, não existe receita, e sem receita a sustentabilidade fica em causa.
Existem dois setores com maior peso do custo da mão de obra sobre o produto das vendas: um é a construção e o grande retalho/distribuição.
A construção é um setor extremamente sensível às variações dos ciclos económicos. É um dos que mais contribui para o emprego quando existe investimento público e privado. É também aquele que deixa mais no desemprego quando surge uma crise.
A particularidade desta crise, é que não existem alternativas como no passado onde uma compressão do nosso mercado era resolvida com uma saída de profissionais para a vizinha Espanha, França entre outros mercados.
Na construção e no retalho, ambos operam com margens baixas e ambos mobilizam muitos profissionais, mas neste momento de crise as similaridades terminam aí.
Um cenário de paragem pode levar a ter de usar todos os instrumentos disponíveis (de flexibilidade contratual e apoios financeiros). Esperamos é que eles estejam disponíveis porque infelizmente a construção muitas vezes tem sido esquecida nas medidas.
Sentimos uma grande responsabilidade social para com os nossos colaboradores, por isso este é o momento que o sistema social central tem de estar disponível para assegurar a sua função.
Nós estamos a contribuir ativamente para manter a unidade da nossa comunidade perante esta fase difícil para todos. Mas estamos extremamente apreensivos com as medidas que têm sido anunciadas, porque notamos uma ausência sobre o nosso setor. Não vislumbramos como está a ser analisado o impacto e o apoio para o presente e na preparação do futuro.
O ciclo económico positivo foi demasiado curto para permitir a capitalização das empresas de construção.
Mas além de um aparente esquecimento da construção, outro aparente esquecimento preocupante é o enquadramento das grandes empresas.
A manutenção da cadeia económica, começando pelos bancos e o seu financiamento à atividade, é essencial para sustentar o nosso ecossistema. Mas a coordenação entre Governo e Empresas, o trabalho colaborativo entre ambos e o apoio às grandes empresas é a única solução para assegurar a unidade operacional necessária para reativar a economia de uma forma mais célere.
As grandes empresas são as maiores empregadoras (nós somos responsáveis por 4500 trabalhadores) e são elas que tem a organização, processos e sistemas para conseguir remobilizar de forma ordenada e coordenada as operações.
Enquanto a retoma no Turismo está dependente de alteração do sentimento de segurança da sociedade, e por isso não existe uma capacidade de previsão de data de retoma nem de intensidade, no caso do investimento público, esse acontece por decisão política.
A construção será o setor motor para o re-arranque da economia. Os pacotes de estímulo que foram anunciados pela comunidade europeia incidem sobre a obra pública.
Por isso não podemos ter apenas medidas concentradas nas pequenas e médias empresas. É necessário abraçar toda a cadeia desde as grandes ás pequenas. Todos vamos precisar de mais tempo e dinheiro.
O Grupo Casais é, atualmente, um dos maiores do setor da construção em Portugal, com uma grande diversidade de negócios, afirmando-se em áreas tão distintas como a Engenharia, Comércio, Indústria, Turismo, Imobiliária, Ambiente, Energia e Serviços, apresentando soluções “chave-na-mão” adequadas às expetativas dos clientes e parceiros de negócio.
Atualmente, o Grupo opera em 16 países: Portugal, Alemanha, Angola, Bélgica, Gibraltar, Holanda, França, Marrocos, Moçambique, Brasil, Qatar, Argélia, Reino Unido, Emirados Árabes, Espanha e Estados Unidos, mas da história da nossa internacionalização constam outros países como a Rússia, o Cazaquistão, a China e Cabo Verde.

António Carlos RodriguesCEO Grupo Casais e Delegado Distrital de Braga da Ordem dos Engenheiros – Região Norte

(haengenharia.pt)

Covid-19: Impacto na Engenharia Civil

Atento às expectáveis consequências do COVID-19 o Conselho Regional do Colégio de Engenharia Civil da Região Norte (CRCEC) manifesta a sua preocupação com o impacto no setor da construção, setor a que os Engenheiros Civis têm especial exposição.
É esperado que do COVID-19 resulte numa paragem brusca da produção, em especial da construção civil.
Reconhecemos que a construção civil é um trabalho de equipas multidisciplinares que para se produzir é necessária a relação direta entre os diferentes players da atividade, desde os operacionais de campo, aos profissionais de Engenharia e a sua presença in situ destas equipas multidisciplinares. Esta atividade, não é compatível com teletrabalho ou isolamento, ao revés da atividade de projeto e outras prestações de serviço.
Numa altura em que o setor da construção apresentava sinais de recuperação, face à crise dos últimos anos, reconhecemos que o setor da construção necessita de medidas próprias e específicas, que permitam as empresas da especialidade e os profissionais liberais conterem e ultrapassarem este período, que se deseja curto, mas que envolverá uma redução ou até uma paragem nas atuais frentes de trabalho.
Estas medidas, devem visar a contenção das empresas de forma a garantir a continuidade da operação, aquando do término da pandemia, enumeramos algumas medidas que identificamos no imediato:
Proteger socialmente os profissionais nos períodos de inatividade;
  Programação criteriosa das tarefas com vista à redução de contacto entre os profissionais;
Ser considerado que a pandemia é equiparada um fenómeno natural de modo a permitir o acionamento de outros mecanismos de mitigação de risco;
Possibilidade prorrogação dos contratos em igual período ao da declaração do estado de emergência ou tempo de inatividade forçada;
Linhas de apoio dedicadas para apoio aos encargos fixos da operação e garantia da receita (e. g. linhas de factoring).
O Colégio de Engenharia Civil – Região Norte continuará atento às medidas implementadas, encontrando-se disponível para apoiar as preocupações e necessidades dos seus membros, bem como receber propostas e sugestões que entendam oportunas sobretudo de medidas idênticas às elencadas.
Terminamos com uma mensagem de agradecimento aos profissionais que diariamente combatem diretamente este vírus para tratar de nós e dos nossos e que, ao contrário de nós, não podem ficar em casa.
Ficamos ao vosso dispor e se precisarem de um Engenheiro Civil, estamos aqui! 

Por Bento Aires –  Coordenador do Colégio Engenharia Civil – Região Norte 


(haengenharia.pt)

quinta-feira, 19 de março de 2020

Engenheiros Heróis


Estamos a viver tempos de grande incerteza e inquietação. 
Por segurança, muitos de nós estão em casa, mas para que tal seja possível, há quem tenha de continuar no terreno e entre estes, muitos engenheiros que permanecem nos seus postos de trabalho habituais, sujeitos a maiores riscos, para assegurar que continuamos a ter água potável, saneamento, recolha de resíduos, eletricidade, Internet, alimentos, medicamentos e tantos outros bens essenciais para que o país funcione. 
Mas há também outras atividades suspensas que não são passíveis de teletrabalho, como a construção, que vão requerer medidas excecionais para a retoma da normalidade e para a manutenção dos postos de trabalho. Sem produção não há receita e, pior que estar em casa, é estar em casa sem poder trabalhar e com ansiedade quanto ao futuro profissional. Os nossos colegas que permanecem no terreno são verdadeiros heróis e os que estão em casa sem poderem trabalhar merecem um reconhecimento muito especial e a nossa solidariedade. Mas há mais formas de heroísmo: o exemplo de outras e outros colegas, em teletrabalho, que ao mesmo tempo têm de cuidar de pais idosos e crianças, de tratar da casa, de pôr comida na mesa e de manter o ânimo.
(oern.pt)

Covid-19 pode provocar danos sérios à Construção

O cenário de paralisação do sector da construção em Portugal deverá representar perdas de faturação de cerca de 1,77 mil milhões €, de acordo com as estimativas efetuadas pela AICCOPN/AECOPS, a organização representativa deste setor de atividade. 
Numa primeira estimativa, tendo por referência os dados relativos ao mês de março de 2019, a paralisação da atividade geraria uma redução de 1,77 mil milhões € no volume de negócios, mantendo-se uma despesa mensal a suportar de 435 milhões €, relativos aos encargos com salários e remunerações dos 306 mil trabalhadores atualmente registados ao serviço das empresas de construção, a que haverá ainda que acrescer 58 milhões € de encargos mensais de financiamento destas empresas junto do setor financeiro. 
A AICCOPN/AECOPS alertam para os pesados impactos da crise gerada pelo surto de Covid-19 nas empresas do setor da construção, uma vez que qualquer paragem da atividade gera um efeito imediato de suspensão dos pagamentos. Com efeito, regra geral, as empresas do setor não têm stocks para venda durante o período de crise, nem existe a possibilidade de colocar os trabalhadores em regime de teletrabalho pelo que, o efeito na tesouraria deste tecido empresarial é uma realidade incontornável e muito significativa.
Num cenário de suspensão das obras, a tesouraria das empresas de construção sofre um impacto direto estimado em 493 milhões €, gerando uma crise de liquidez imediata, com impacto transversal que seria um verdadeiro desastre económico e social.
Neste contexto, a AICCOPN/AECOPS querem ver implementadas medidas imediatas, orientadas para a gestão de tesouraria e de recursos humanos: acesso sem burocracias e regras desnecessárias às linhas de crédito Covid-19 e ao regime de lay-off simplificado; suspensão, por dois meses, das obrigações fiscais e contributivas como, no imediato, o pagamento do IVA e contribuições para a Segurança Social; estabelecimento de uma moratória, por um prazo de três meses, das dívidas das empresas à banca, no âmbito dos contratos de crédito em curso; pagamento imediato a todos os fornecedores do Estado, independentemente dos prazos de pagamento contratualmente definidos e/ou constantes da faturação dos respetivos bens e serviços; adiantamento do pagamento pelos donos de obra pública de parte ou da totalidade dos trabalhos não executados, nos termos do plano de trabalhos aprovados, decorrentes da suspensão das obras por efeitos da atual crise e possibilidade de recurso a modalidades de factoring, junto do sistema financeiro, para trabalhos contratados, previstos e não executados.
A fileira da construção e do imobiliário, responsável por mais de 600 mil trabalhadores, dos quais, mais de metade, se encontram ao serviço das empresas de construção, vai desempenhar um papel central na tarefa de reconstruir a economia portuguesa, pelo que, é necessário, de imediato, dotar as empresas de instrumentos que lhes permitam fazer face às dificuldades atuais e que, lamentavelmente, se perspetivam para os próximos meses.
As medidas propostas visam proteger as empresas e os seus trabalhadores, mitigando os danos económicos e sociais desta situação totalmente extraordinária e, recordando que a suspensão da atividade é meramente temporária, já que, previsivelmente, as obras em curso serão retomadas. As associações referem que estes são apoios transitórios que podem ser, em larga medida, geridos numa lógica de gestão de tesouraria e, esperam que o Governo, que tem revelado um elevado grau de preocupação com os impactos da crise junto das empresas, possa dar uma resposta efetiva a esta situação sem precedentes, que nos deve unir a todos na implementação das soluções necessárias. 
(aiccopn)

quarta-feira, 18 de março de 2020

Economia: será pior o covid-19 ou a crise de 2008?

A inversão económica causada pelo surto de covid-19 traz-nos más lembranças, nomeadamente a crise financeira global de 2008 e 2009 - a grande recessão económica.
A pandemia, que tem provocado milhares de mortes em todos os continentes, praticamente paralisou a economia mundial, com milhões de pessoas em estado de quarentena e cadeias de transmissão globais. Um caos instalado, por causa dos estragos causados com grande extremidade, pelo vírus oriundo da China - a fábrica do mundo. Muitas pessoas comparam, já, a crise atual à recessão de 2008 e 2009, mas a maior parte dos analistas não aceita que o quadro seja tão desolador, defendendo que a economia global irá ser recuperada rapidamente na segunda metade de 2020, contando, para isso, que até lá o surto tenha sido dissipado.
Da última grande recessão, recordando, o mercado de imóveis foi inflacionado pelos empréstimos baratos oferecidos pelos bancos a futuros proprietários privados, provocando o epicentro da crise de 2008 e 2009. O rebentamento da bolha imobiliária em muitos países fez estremecer os grandes bancos globais que não dispunham de capital suficiente para resistir. Entre outros fatores, as instituições bancárias pagaram o preço de uma grande quantidade de hipotecas que foram armazenadas, a maioria com derivações complexas e opacas, com a finalidade de maximizar os seus lucros. Desta vez os bancos estão numa posição muito melhor, fruto de uma intensiva regulamentação, mas ainda assim, os bancos estão sob pressão, sobretudo os europeus, que têm vindo a  lutar para aumentar os seus lucros em situações de juros ultrabaixos e vão preparando novos cortes de juros e calotes de empréstimos.
Alguns especialistas têm igualmente alertado contra um putativo incumprimento da dívida soberana de Itália, que está em estado de emergência para conter a propagação do coronavírus. Segundo a Bloomberg, os bancos europeus detêm mais de 446 biliões € de débitos italianos públicos e privados.
A falência dos serviços financeiros da Lehman Brothers em 2008 provocou um doloroso colapso económico global, que já não se via desde os tempos do crash de Wall Street em 1929. A grave e continua recessão reduziu o crescimento mundial 1,8% em 2009, em contraste com a expansão de 4,3% em 2007. Milhões de trabalhos se perderam, restringindo o consumo global e a julgar pelas estimativas americanas, a atual crise poderá custar à economia global até 1,8 triliões € em 2020, não se prevendo que vá provocar ao mundo uma nova depressão económica. Veremos e que assim seja - do mal o menos! Vamos todos ficar bem!

terça-feira, 10 de março de 2020

PDM


O Plano Diretor Municipal do concelho de Fafe encontra-se na sua 2ª Revisão. Participe!
De recordar que o PDM-Fafe teve a sua primeira revisão em 2016.
O PDM-Fafe é de 1994.  

segunda-feira, 9 de março de 2020

Aeroporto: Alcochete é a única solução “de futuro” para Portugal

A opção do Montijo como destino do novo aeroporto é política e resulta de diversas condicionantes, cuja conjugação acabou por ditar um caminho irreversível, além de que só pode ser entendida como o entendimento da consequência de um processo que roçou a opacidade e que conduziu o país para essa inevitabilidade, cujo processo foi integralmente conduzido pela concessionária ANA, detida pela Vinci. A engenharia portuguesa não teve oportunidade para qualquer intervenção na avaliação de eventuais alternativas que então eram possíveis mas que o arrastar do tempo acabou por aniquilar, pelo que a solução que agora se encontra em processo de AIa [Avaliação de Impacto Ambiental] acabou por inevitável e, pior, irrefutável. A alternativa do Campo de Tiro de Alcochete para o novo aeroporto de Lisboa é a mais satisfatória. Esta solução, que na altura foi politicamente aceite e considerada, é a única que interessa ao país, porquanto permitiria a construção de um aeroporto de raiz, com duas pistas paralelas e demais equipamentos aeroportuários e respetivas acessibilidades e meios de acesso, que configurariam os requisitos de um verdadeiro aeroporto internacional, infraestrutura de que o país não dispõe e que com esta solução continuará a não dispor. Portugal perdeu a sua soberania aeroportuária até 2062, pelo menos, ou seja, um dos mais valiosos e importantes ativos estratégicos de qualquer país. As contrapartidas do contrato de concessão, ou seja, as obrigações a que a concessionária terá ficado vinculada em termos de desenvolvimento da capacidade aeroportuária, possivelmente incluindo a possibilidade de construção do NAL [Novo Aeroporto de Lisboa], também não são do exato conhecimento público, embora na altura tal possibilidade tivesse sido divulgada. A Ordem dos Engenheiros não é insensível à falta de capacidade financeira do país para poder avançar com a única solução que entendemos ser consistente e de futuro, que passaria pela construção de um verdadeiro e adequado novo aeroporto de Lisboa (NAL), localizado nos concelhos de Montijo e Benavente, na proximidade de Canha, no campo de tiro de Alcochete, o que entende ser a única justificação para que possamos aceitar a decisão, muito embora esta fundamentação tenha sido muito pouco demonstrada. na verdade, e frisando a falta da intervenção da engenharia portuguesa na análise da situação, acabamos por nem sequer chegar a saber quanto poderia ter custado uma outra qualquer alternativa, porquanto os interesses da concessionária desde muito cedo se viraram para a reconversão da BA6 [base aérea do Montijo], tudo tendo sido feito nesse sentido. Também é unânime a aceitação da evidência de que a solução Montijo irá atingir a saturação muito antes do prazo de concessão terminar, nada se sabendo do que nesse caso poderá suceder, nem que o contrato contempla e no fundo, a Ordem dos Engenheiros entende referir que nunca houve informação suficiente sobre os estudos foram feitos e sobre o que em relação ao financiamento e a nova soluções ficou acautelado no contrato de concessão da ANA, sobretudo a demonstração de que não haverá esforço público (dos contribuintes). 

Resultado de imagem para aeroporto do montijo