Gustave Eiffel nasceu em Dijon, em 1832. Formou-se na École Centrale des Arts et Manufactures, em 1855, como Engenheiro Químico, sempre especialmente interessado na Metalurgia. Após dois anos a trabalhar numa empresa construtora de máquinas a vapor e de material para os caminhos-de-ferro, torna-se chefe do gabinete de estudos e projetos da Pauwels & Cia, de imediato supervisionando a construção, em Bordéus e sobre o rio Garona, da mais extensa (504m) ponte ferroviária até então executada em França, atualmente Património Mundial da UNESCO. Atento ao crescimento do transporte ferroviário, em 1864, com apenas 32 anos, funda a empresa Gustave Eiffel Constructeur, em 1867 já construindo dois importantes viadutos sobre o rio Sioule. Em 1868 convida Théophile Seyrig para sócio e como projetista, dez anos mais novo e formado na École Centrale em 1865, conseguindo logo no ano seguinte duas obras do maior relevo: a Estação Ferroviária Nyugati em Budapeste e a Ponte Maria Pia, no Porto. No Norte de Portugal, onde permanece por períodos largos, vai construir também várias outras obras de arte ferroviárias, em particular na Linha do Minho, sendo de salientar a ponte rodoferroviária sobre o rio Lima, batizada como Ponte Eiffel, em Viana do Castelo. As pontes Maria Pia e Eiffel são também classificadas no Património Mundial da UNESCO. Seyrig separa-se de Eiffel em 1879 e já não vai elaborar o projeto da Ponte Garabit, em França, igualmente Património Mundial da UNESCO. Naquela década dos anos setenta, a empresa Eiffel encontra-se no seu apogeu e é solicitada para realizar grandes obras por todo o Mundo, incluindo na Ásia, mas de que se destacam a estrutura da Estátua da Liberdade, em Nova Iorque, e a Torre para a Exposição Mundial de 1889, em Paris. Esta última vai ser o ex-libris tanto da cidade de Paris como do próprio Gustave Eiffel. O sucesso da empresa Gustave Eiffel Constructeur deveu-se certamente ao talento dos projetistas ao seu serviço, mas a genialidade dos processos construtivos propostos corajosamente pelo empresário Gustave Eiffel tem de ser enfatizada. Na verdade, tinha uma inteligência inovadora, própria de um cientista, que nos últimos 30 anos da sua vida se vai dedicar crescentemente ao comportamento e resistência de torres face ao vento. Cria centros de observação meteorológica em vários locais, recolhendo dados, simultaneamente fazendo estudos de aerodinâmica que incluíram a construção inicial de um túnel de vento junto à Torre em Paris e, subsequentemente, de um túnel bem maior na Rua Boileau, em Paris, em 1909, ainda presentemente em serviço. Portugal beneficiou muito com a genialidade de Gustave Eiffel. Faleceu em 1923, com 91 anos.
