Cinco mil à espera de um árbitro
António Valença, que além de treinador foi jogador na década de 70, lembra que nessa altura o clube disputou duas Liguilhas de acesso à I Divisão e também esteve duas vezes nas meias-finais da Taça de Portugal.
«Perdemos uma nas Antas por 3-0 e outra aqui em Fafe, com o Sporting, no prolongamento. Era o Sporting do João Rocha. Tinha o Damas, o Manuel Fernandes, o Jordão», conta.
O golo da vitória surgiu de grande penalidade e os adeptos do Fafe não se contiveram. «O penalty não existiu. Foi inventado», garante António Valença.
O pior foi depois. «Foi uma revolta enorme nas bancadas. Ninguém arredava pé no fim do jogo. Estavam ali cinco mil pessoas à espera do árbitro, que era um individuo de Coimbra, julgo», continua.
Solução? «O árbitro teve de fugir vestido de polícia, pelas traseiras do estádio», atira Valença, entre risos.
Não é à toa, aliás, que na região há um ditado que diz: «Com os de Fafe ninguém fanfe».